AYANAMSA
Como podemos observar, estabelecemos em 498 d.C., o início da era de Peixes, ou seja, a época em que os dois zodíacos coincidiam.
Se os dois estavam situados no mesmo plano fundamental, é lógico que por ocasião do equinócio da primavera boreal, o Sol estava colocado exatamente a 0º tanto do signo de Áries, quanto da constelação de Peixes (Áries no sentido direto e Peixes no retrógrado).
Para estabelecermos a época em que os dois zodíacos coincidiam, tivemos que estudar a Astrologia Hindu ou “Jyotish”, que como podemos observar, se anteciparam às principais descobertas astronômicas do ocidente.
Assim sendo, de acordo com os pais da Astrologia Hindu: Varaha Mihira, Nârada, Garga e Parâshara, os dois zodíacos coincidiam no ano 3.600 de Kali Yuga ou idade negra. Varaha Mihira em seu Samhitâ, comenta a precessão dos equinócios e diz que em seus dias o período do verão coincidia com o primeiro grau de Katakam (Câncer do zodíaco natural Hindu), e o inverno com o 1º de Makaram (Capricórnio do zodíaco natural Hindu), enquanto baseado em Parâshara e outros afirmam que numa época o Verão coincidia com a metade da constelação de Leão, e sabemos que esses outros viveram cerca de 1.080 anos antes do Tempo Mihira (416 a 572 d.C.).
Assim sendo, de acordo com o “Jyotish Shâstra”, a Kali Yuga começou em Fevereiro, 3.102 a.C.
Se os dois zodíacos coincidem no ano 3.600 da Kali Yuga, teremos que 3.600 – 3.102 anos = 498 d.C. que é a média de limitação do período prescrito por Mihira.
Os Hindus iniciam a contagem do zodíaco natural por uma estrela chamada REVATI, sistema este utilizado por eles há milhares de anos, e essa estrela é considerada o ponto zero da constelação de Áries.
Até hoje os astrônomos não sabem e nem podem saber onde se inicia uma constelação, apenas delimitam o espaço compreendido entre suas principais estrelas, e como conseqüência somos obrigados a recorrer à sabedoria dos antigos hindus, pois enquanto estávamos engatinhando em astronomia, os mesmos já calculavam a precessão dos equinócios, utilizavam o sistema heliocêntrico, sabiam que a Terra era redonda, que a luz da Lua era refletida, que a Terra girava em torno de um eixo, que tudo que se passa no espaço e tempo fica gravado no éter ou “Akasha”.
Assim, de conformidade com a Astrologia Hindu, começamos a contar o zodíaco natural ou de constelações, de trinta em trinta graus à partir da estrela Revati. Não é difícil localizá-la, ao consultarmos qualquer planisfério celeste, ela será notada na posição eclíptica que corresponde ao dia 11 de abril.
Ao levantarmos um tema astrológico, tomamos em consideração 3 zodíacos (no ocidente)
1 – O zodíaco natural ou de constelações, onde além de computarmos o efeito das estrelas fixas sobre o nato, incluímos os efeitos das grandes eras precessionais.
2 – O zodíaco intelectual, simbólico, ou a divisão da eclíptica ou órbita da Terra, que por lei da correspondência é idêntico ao 1º, sofrendo apenas uma diferença de escala. Neste zodíaco estudamos as características essenciais e a vida interna do nato com as potencialidades, já que o caminho da Terra (órbita) fixa o próprio caminho do homem (seu dependente).
3 – O zodíaco terrestre, ou as 12 divisões da Terra, a partir o horizonte oriental, que é idêntico aos outros numa escala ainda menor e que influencia no sentido mundano; ainda mais do que os outros dois (são as casas terrestres, e o seu estudo faz parte do estudo básico).
Qualquer um dos três isolados produz efeitos que podem ser confirmados pela observação e estatística, porém usamos os três conjugados, superpostos, para aumentar a precisão dos prognósticos e porque os três se completam dentro da harmonia universal. Cada um com a sua função dentro de um plano arquetípico.
Além da influência dos planetas nos três zodíacos temos os aspectos interplanetários, tão potentes em seus efeitos que Kepler chegou a afirmar: “Se um dia eu tivesse que me desfazer de tudo que aprendi de Astrologia, seria obrigado a conservar os aspectos”.
Voltando ao assunto abordado no princípio, onde vimos que no ano 498 d.C. os dois zodíacos coincidiam, e tomando por base a precessão dos equinócios que é de 50,26” por ano, ensinaremos a encontrar a posição do ponto vernal com relação às constelações, para qualquer época, presente, passada e futura, e com isso todos saberão encontrar com facilidade a verdadeira posição de qualquer era cósmica.
A este cálculo os hindus são o nome de período de Ayanamsa e se efetua da seguinte forma:
Para qualquer ano requerido, procede-se da mesma forma. Digamos para o ano de 1970:
a) Do ano subtrai-se 498, e obtém-se dessa forma o período de Aynamsha.
b) Multiplica-se o período de Aynamsa por 50,26” (cinqüenta segundos e vinte e seis centésimos).
c) Transforma-se tudo em graus, minutos, segundos e teremos a quantidade exata em graus; que é o ponto vernal afastado da estrela Revati, ou 0º da constelação de Áries.
Continuando o exemplo:
1970 –498 = 1472
1472 X 50” = 73.600”
1472 X 26 = 382”
73.982 / 60 = 1233,03333’
1233/ 60 = 20,5505º = 20º
20,55 – 20 = 0,550555 *60 = 33,033 – 33 = 0,0333 *60 = 2
Assim, em 1970, por ocasião do equinócio teremos 20º33”02’ de distância da estrela Revati.
Ao multiplicar os 26 centésimos por 1472, não esquecendo de dividir o resultado por 100, para ter a quantidade de segundos.
Com os resultados acima obtidos chegamos a conclusão que em 1970 estávamos a 20º33’02” da era de Peixes, portanto a 9º26’58” do início matemático ou astronômico da era de Aquário, que deverá ocorrer a partir do ano 2.658.
Para maior esclarecimento, damos abaixo a seqüência do cálculo:
1472 X 50” = 73.600”
1472 X 26 centésimos = 382”
73.600” + 382” = 73.982 / 60 = 1233
1233 / 60 = 20º
O sistema de cálculo do período de Ayanamsa pode ser utilizado para qualquer data passada, presente e futura, podendo-se estabelecer a posição exata do ponto vernal para determinação das eras.
Para o Ano de 2016 temos o seguinte:
2016 498 1518
1518 50 75900
1518 26 394,68
Soma 76294,68
1271,578
21,19296667 21 Graus
0,1929667 11,578 11 Minutos
0,578 34,68 34 Segundos
8,807033333 8 Graus
0,8070333 48,422 48 Minutos
0,422 25,32 25 Segundos
Logo em 2016 estamos a 8º48’25” da Era de Peixes